De posse do Relatório da Unesco sobre Ciência 2010 eu posso ver como o Brasil resolveu pensar no Brasil e nos brasileiros para alcançar um desenvolvimento qualificado.
O capítulo 5, escrito por Carlos Henrique de Brito Cruz e Hernan Chaimovich, deixa claro que apesar de andar a passos vacilantes, os investimentos públicos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) em 2008 “são comparáveis aos níveis de investimento da Espanha (US$ 20 bilhões) e Itália (US$22 bilhões) em termos absolutos” (p. 33).
Com 26.482 artigos científicos elevou o Brasil a conquistar a posição de “13º maior produtor de ciência do mundo” e que “mais de 90% desses artigos foram gerados em universidades públicas”.
Isso me leva a pensar nesse sofisma dos especialistas midiáticos em querer o enxugamento da máquina e contenção dos gastos públicos. O atraso educacional do país é algo incomensurável e só uma coisa nos leva à condição de país desenvolvido: investimento público em educação, especialmente em P&D.
O Relatório aponta três grandes desafios para o Brasil. A saber:
Em primeiro lugar, é preciso intensificar a P&D empresarial, a fim de estimular a inovação e a competitividade. Isso implica criar um ambiente propício à P&D empresarial incluindo a promoção de maior interação entre as comunidades de pesquisa públicas e empresariais. Em segundo lugar, o país precisa desenvolver e internacionalizar suas melhores universidades, tornando-as centros de excelência em nível mundial. Em terceiro lugar, o Brasil precisa disseminar a excelência científica além de São Paulo, Rio de Janeiro e outros grandes centros urbanos, rumo a regiões menos privilegiadas, como a Amazônia e o nordeste. (idem, p. 34)
Desses desafios apontados pelo Relatório há que se destacar o empenho do governo Lula para alcançá-los, embora se reconheça que ainda não é o suficiente.
Os autores concluem apresentando propostas para incrementação do P&D no Brasil, mas me chamou a atenção o questionamento que fazem e a
resposta que dão. Questionam por que o dinheiro dos contribuintes deveria pagar pela P&D? Eles apontam duas vertentes, mas aquele que mais chama a atenção, sem dúvida é a que termina este post.
quanto mais conhecimento uma sociedade alcançar valendo-se do método científico, mais rica ela se torna. Essa visão utilitária tem um forte apelo, especialmente desde a descoberta do genoma e da energia atômica, e da invenção do transistor e da internet. (idem, p. 50)
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