Já ouvimos dona Judith Brito, presidente da ANJ-Associação Nacional dos Jornais, dizer que “…esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada” e a imprensa está levando isso ao fim e ao cabo.
O DEM, partido que vem mudando sistematicamente sua sigla desde os tempos de Arena, esfarrapado e sem nenhuma credibilidade para falar em ética ou qualquer outra coisa semelhante, e o PSDB de FHC, sem rumo e sem discurso, apoiam-se nas publicações midiáticas para orientar sua política em relação ao Brasil e suas condutas partidárias.
Com a oposição aos farrapos, como afirmou dona Judith, coube às mídias o papel de oposição e tem feito isso com muito entusiasmo e, de certo modo, com muito sucesso. Qual leitura me é possível neste cenário? Ora, um governo que herdou uma popularidade e uma pujança econômica como é o governo da presidenta Dilma, um dos caminhos para torná-la frágil é subtrair de seu bloco os partidos aliados. Assim tem sido feito desde o primeiro dia de governo quando começou a tratar do papel do PMDB no governo e das possibilidades, ora de não ter espaço, ora de ter espaço demais e descaracterizar o poder do PT. Como a investida não deu certo partiram para descobrir os furos possíveis no governo. Se Dilma não os tem, os aliados certamente os terão. Daí que atacando seus aliados; eliminando ministros e obrigando o governo a demiti-los, quando não muito os demitidos se alojam nos catres da oposição.
Mas a estratégia teve que ser novamente alterada porque só atacando os ocupantes dos cargos máximos nos ministérios não deu certo porque os substitutos eram do mesmo partido da base aliada. Daí então surge com força impetuosa um ataque frontal aos partidos que indicam ministros. Orlando Silva (PC do B) foi o primeiro, mas Dilma garantiu que o cargo ficasse com o partido. A mídia acusou o golpe, embora seus militantes insistiram em atacar a imagem do PC do B. O que não permitiu oxigenar o burburinho midiático foi a figura de Aldo Rabelo que, ao que nos parece, tem sido ético nos procedimentos políticos.
A bola-da-vez é o ministro Lupi e o PDT. Não basta ser Lupi, o PDT tem que entrar no jogo sujo midiático para excluí-lo da base de governo. A postura do PDT é que levou os estrategistas [imagino a cena: Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Merval Pereira, Judith Brito, Frias, Mesquita, Ali Kamel etc. com seus capuzes marrons em sala ricamente decorada no Instituto Millenium] para a mesa de análise e planejamento porque, se for provado culpa de Lupi, o PDT estará fora ou não do governo? Ainda que não seja provado absolutamente nada, o fato é que todas as mídias impressa, radiofônica, televisiva e internet estarão empenhadas homogeneamente para levar o governo ao desgaste absoluto que acabe por demitir Lupi, mesmo sem provas. Daí… Daí seria o sucesso absoluto da única real oposição no Brasil, porque, convenhamos, se nada for provado e Lupi for demitido obrigando o PDT a cumprir sua palavra, de deixar o governo se Lupi for demitido sem provas, para onde vai o PDT?
A mídia aposta que num espaço entre a oposição e a carreira solo, de qualquer maneira, seu objetivo terá logrado êxito porque encurtou o governo no Congresso e engrossou a fileira da oposição. Minha leitura é esta: o que a mídia quer é oxigenar a oposição e fragilizar o governo para um golpe fatal.
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